Essa semana foi dramática e triste, pois o Congresso aprovou o projeto de lei 7663/10, que altera nossa Lei de Drogas para pior. Veja mais sobre isso no post abaixo – e acompanhe a polêmica, porque a proposta ainda vai ao Senado e pode mudar.
Enquanto isso, vamos dar uma olhada nos jornais, para ficar pensando melhor. E para sua sexta-feira ficar mais divertida na mesa do bar.
Notícia estranha do dia: “Consumo de álcool por via anal e vaginal preocupa”
A técnica descrita na reportagem é velha: índios aqui da América faziam enemas de tabaco para usar a droga pelo ânus. Como fez esta índia maia representada na escultura pré-histórica à direita, encontrada na Guatemala. Fazendo isso que se chama de enema, a droga chega ao cérebro mais rapidamente e com um “rendimento” maior — quando se queima, se come ou se bebe uma substância, grande parte da droga é destruída no calor ou no fígado.
Mas “beber” vinho usando um tubo inserido no reto, como fez um americano em setembro passado, é dureza – sem duplo sentido. Ele deve ter aprendido com essa cena ao lado, de Jack Ass, em que Steve-O prova do remédio.
“Tampax de vodka” também não pode ser uma boa ideia, né?
Antes que você se anime: o americano do vinho de rabo foi parar no hospital em coma alcoólico. E quando ele chegou ao hospital os médicos acharam que ele havia sido vítima de estupro. Isso é que é efeito colateral. As versões mais lights do enema de álcool causam irritação e diarreias bastante severas.
Alunos denunciam venda de drogas dentro de escolas em Bauru, SP
Dizem que a droga é proibida para diminuir a oferta. Assim protegemos nossas crianças. Só que não.
Após morte de traficante, comércio e escolas fecham no Alemão
“Não é objetivo da UPP acabar com o narcotráfico, e sim afastar a influência dos narcotraficantes sobre as comunidades”, disse José Mariano Beltrame, secretário de segurança Pública do Rio de Janeiro e responsável pelas UPPs. Só que não, 2.
Aumenta número de prisões por tráfico de drogas em Campos, RJ
Olhando assim, parece que a polícia está fazendo um bom trabalho. Só que não, 3. Porque logo você lê que “embora o número de prisões tenha aumentado, a quantidade de drogas apreendidas diminuiu”. Ou seja, eles estão prendendo como traficantes qualquer um, com qualquer baseado no bolso (usuários?). Serve para mostrar serviço numa matéria com esse título, aumentar o medo na população e fazer ela acreditar que precisa de ainda mais polícia. E os verdadeiros traficantes, quem realmente ganha dinheiro com isso, continua fazendo seu trabalho à vontade.
Filho de Bolsonaro entrega homenagem a policiais que caçaram Matemático
É dessa população com medo que vive gente como o deputado estadual do Rio, Flávio “Filho do Jair” Bolsonaro. Os policiais sobrevoam uma área residencial e metralham tudo lá embaixo. Centenas, milhares de tiros sobre as casas da favela. Por sorte, nenhum inocente foi baleado. O vídeo é divulgado e felizmente a ação é alvo de críticas e investigação. Os policiais envolvidos são suspensos. Aí vem um cara como este e faz uma “moção de aplausos e congratulações” aos autores da lambança, para ganhar o voto de quem acha que “tem mais é que matar esses bandidos mesmo”. Se um inocente morrer ou se matarem o cara errado, que importa?