Alguns trechos da palestra de Ethan Nadelmann, presidente da Drug Policy Alliance, que acontece agora, no Congresso sobre Drogas, enquanto a marcha rola lá fora.
Temos uma experiência com a proibição no meu país. O que isso fez lá? Outros problemas de álcool caíram no começo e então o que aconteceu depois? A bebida se tornou mais comum entre jovens. E quem vendia o álcool? Empresas que pagam impostos? Não. Al Capone. A violência começou a aumentar. Tiroteios. As prisões encheram. A corrupção aumentou. O álcool se tornou mais perigos porque foi proibido.
Qual a fonte número 1 de financiamento do crime hoje? O tráfico de drogas. Eles ganham dinheiro com outros negócios? Mas onde eles ganham dinheiro para investir nessas outras atividades? Com a fonte mais fácil: o tráfico.
Quando políticos cheiram cocaína e cresceram fumando maconha, mas quando chegam ao poder ninguém quer falar sobre o assunto. Hipocrisia.
Vocês falam português, certo? Porque vocês fazem com as drogas o mesmo que os EUA fazem, e não como os portugueses fazem?
Eu amo meu país. Normalmente as pessoas amam seus países. E somos uma superpotência. E como tal sempre queremos que os outros façam as coisas do nosso modo, do jeito que fazemos. Especialmente quando estamos inseguros se o que estamos fazendo está certo. É o que fazemos com a política de drogas. “Esqueça a ciência. Apenas faça o que fazemos e pronto.”
Viajo pelo mundo e sempre peço desculpas pelo modo como nosso país fez aumentar o poder do narcotráfico e a corrupção em outros países, por ter aumentado as violações de direitos humanos. Mas agora estou me sentindo bem, porque nos tornamos líderes no processo de reforma das leis da maconha, com a legalização nos estados do Colorado e de Washington.